segunda-feira, 26 de junho de 2017

Lobo Ibérico


O lobo da Península Ibérica é uma subespécie do lobo cinzento (Canis lupus), designando-se "Canis lupus signatus". Mais pequeno e leve que as restantes subespécies do lobo cinzento, signatus mede em média 70cm ao garrote e pesa entre 25 e 40 Kg. Apresenta manchas avermelhadas por detrás das orelhas e manchas mais claras no focinho e garganta. Os olhos são oblíquos e cor de topázio.
Observar os lobos no seu habitat natural é raro. O número destes canídeos actualmente existente em liberdade no nosso país, é calculado em cerca de 300. Estima-se que vivam na Península Ibérica entre 1500 a 2000 lobos.
Embora protegido por lei, o lobo é capturado e morto ilegalmente, verificando-se, inclusivamente, o abate de lobitos nas tocas. Isto resulta do ódio que o lobo desperta por atacar os animais domésticos. O lobo é um animal inteligente e altamente sociável.
"Os lobos, como todos os outros animais de vida silvestre, têm o direito de existir no seu estado natural. Este direito não está, de modo nenhum, relacionado com o seu valor para a humanidade. Pelo contrário, tem a sua origem no direito que todas as criaturas vivas têm de coexistir com o Homem como parte integrante dos ecossistemas naturais."
(1º Princípio do "Manifesto and Guidelines on Wolf Conservation")
O lobo teme e evita o Homem. Ao contrário do que se julga, não é o lobo que constitui um perigo para o Homem, mas sim o contrário.

Quem é o lobo? 

O Lobo pertence ao reino Animal e dentro deste à classe dos Mamíferos e à ordem dos Carnívoros. Os Carnívoros, assim chamados porque se alimentam principalmente de carne, dividem-se em sete famílias, pertencendo o lobo à família Canidae, que inclui ainda o coiote, o chacal, o cão e a raposa. Os quatro primeiros pertencem ao género Canis, enquanto a raposa pertence ao género Vulpes. O género, por sua vez, engloba um certo número de espécies. Existem duas espécies de lobo: o cinzento, designado por Canis lupus, e o lobo vermelho, chamado Canis rufus.


O lobo vermelho encontra-se infelizmente extinto no seu estado selvagem, estando actualmente a efectuar-se estudos que permitam a reintrodução, com base em casais mantidos em cativeiro em instituições científicas. O lobo cinzento é pois o único que ainda podemos encontrar em liberdade em diversas regiões do mundo. Precisamente porque se distribui por diferentes zonas, evoluiu conforme as características das regiões onde vive, originando um grande número de subespécies. Foram descritas 32 subespécies de lobo cinzento, mas muitas destas estão já extintas, isto é, desapareceram, devido à acção destruidora do Homem, e nunca mais se poderão observar.
Actualmente, na maior parte da área por que se distribui, o lobo habita apenas as regiões mais abruptas e recônditas. Uma das subespécies do lobo cinzento que ainda sobrevive, se bem que em número reduzido, encontra-se na Península Ibérica e designa-se cientificamente por Canis lupus signatus.



Qual o carácter do lobo?


Sempre que se fala do lobo, associa-se a sua imagem a um animal selvagem, feroz e agressivo. Esta ideia tem origem principalmente no facto de ser um predador, isto é, um caçador que necessita de matar outros animais para sobreviver e que evita o contacto com o ser humano, procurando as regiões mais abruptas e recônditas para viver. No entanto, nos últimos anos, numerosos cientistas têm realizado estudos sobre lobos e, ao observarem a sua maneira de viver, chegaram à conclusão que são muito diferentes do terrível animal referido nas lendas e tradições.


Os lobos são animais com diversas «personalidades» mas, de um modo geral, pode dizer-se que são amigáveis, gostam de estar juntos e mostram uma grande afeição mútua. São bastantes tolerantes e gostam de brincar, particularmente quando são jovens. São também animais inteligentes e bem disciplinados, uma vez que isso os ajuda a sobreviver. Constituem casais fieis e são pais cuidadosos. De facto, a sociedade lupina é de uma organização tão completa que algumas pessoas estão a realizar estudos sobre este aspecto, pois acham que o próprio Homem poderá aprender com ela.

Como comunicam os lobos?


Uma sociedade tão organizada depende, tal como a sociedade humana, de um bom sistema de comunicações. Os lobos têm a capacidade de comunicar mutuamente, embora não através da palavra como os seres humanos. Eles utilizam sinais: movimentos e atitudes corporais, olhares, cheiros e sons tais como ladridos, rugidos e uivos. O seu sentido do olfacto é muito desenvolvido e um cheiro significa muito mais para eles do que para nós.


Através da maneira como utiliza a cauda, um lobo mostra qual o seu estatuto na alcateia, expressa os seus sentimentos e mostra as suas intenções pela maneira como apresenta o focinho, as orelhas e a cauda e até pelos pêlos do dorso. E, evidentemente, os lobos uivam! Fazem-no, por exemplo, para informar os companheiros sobre a sua posição, para reunir os membros da alcateia, para chamar os lobitos, em ocasiões particulares como as que precedem uma caçada, ou simplesmente por prazer e para consolidarem os laços que os unem.

Sem comentários:

Enviar um comentário